13.11.07

Os Anarquistas Gregos na Luta Social

SOBRE AS PRISÕES

A existência de prisões está interligada com a existência do Estado. É uma outra demonstração dos crimes cometidos contra a sociedade. Elas formam uma máquina de Estado que completa o círculo dos mestres: ensino-família-exército-justiça.

O Estado divide, com esta "justiça", o povo entre obedientes à lei e foras da lei. Aqueles que respeitam a lei são homens que submetem os outros ao Poder e não lutam para quebrar suas algemas. Ninguém é um criminoso por natureza. O Estado e o poder são os que geram e reproduzem o crime (ex. tirando vidas sem motivo).

"Foras da lei" são homens que quebram as algemas, rebelados, vivendo fora das fronteiras da submissão às leis do Estado, para ganhar liberdade.

As prisões são outro exemplo que mostra a real face da besta do Estado. Sua finalidade é castrar os desejos do povo e das consciências. Com o uso de métodos repressivos elas tentarão forçar o "culpado" a adquirir "outro modo de pensar" e fazê-lo renunciar a si mesmo. Elas pretendem prolongar a existência do Estado e aprisiona os "elementos perigosos" (perigosos para quem?).

O Estado e todos os mestres tremem ao saber da possibilidade de propagação da desobediência, que eles tentam impedir de todas as formas. A lei é o interesse dos mestres, é outro meio de aprisionamento, no qual o oprimido é obrigado a viver. Ela existe sob a condição de que o oprimido não reaja e não tente rebelar-se. O respeito a lei significa o respeito ao poder. Triste daqueles que aceitaram como uma condição a prisão. "Contudo, enquanto a injustiça, o sistema corrupto e podre e a violência que o sustenta prevalecer, a "criminalidade" será reciclada" (da carta de Yianni Papadopoulo, prisioneiro condenado a prisão perpétua nas prisões Korfu, Janeiro de 1986).

"Quanto aqueles que respeitam as leis, a "mesma velha história" do homem amarrado, que tendo logrado sobreviver apesar de suas algemas acredita que vive graças a suas algemas, é válida sempre" (Errico Malatesta).

Os mestres tentam fazer da sociedade uma prisão. "Nossas celas são visíveis, suas celas são invisíveis" (os prisioneiros criticaram).

Então, a desobediência é a rebelião contra a fatalística morte social. Os verdadeiros criminosos são os patrões, o Estado e os mestres. Então nós precisamos voltar nossas atenções para eles... Além do mais, a existência do Estado em si mesma é sustentada pela exploração, opressão e até mesmo pelo assassinato de todos que resistem aos seus planos. Então a resistência do oprimido contra as leis é basicamente um ato contra o Estado. "Um "ladrão" é um herói, que luta por justiça, um vingador do povo, o lutador contra o Estado e contra toda a estrutura social fundada pelo Estado, o combatente por vida e morte à civilização dos oficiais, das cortesãs, dos burocratas e dos padres" (Michael Bacounin).

"Então o Estado e as prisões não são suscetíveis de melhora, apenas de destruição. A sociedade que tem como um ideal ser dilacerada, roubada, ridicularizada, pode velar naturalmente por seus carrascos, - o Estado e a igreja -, usar a mais bestial violência contra aqueles que negam a SUBMISSÃO e apenas aceitam trinchar e delinear a rota pela dignidade humana e liberdade social, sem estes parasitas, os inimigos da sociedade, que são o Estado com todos os seus órgãos criminosos." (da carta de Yianni Petropoulo, Corfu Dahaou, 18 de fevereiro e 1986).

VOCÊS DAS GRADES DAS PRISÕES E NÓS DAS RUAS,
VAMOS DESTRUIR O ESTADO E AS LEIS!!!
OS MESTRES SÃO CRIMINOSOS E LADRÕES!!!

O ensino é um mecanismo e uma instituição do Estado que visa a reprodução da dominação, sua preservação e sua perpetuação. Os mestres, através do ensino, tentam convencer as pessoas de que o Estado e a sociedade são duas noções inseparáveis, daí a aceitação do "poder total" do Estado por parte dos oprimidos ser necessária.

homem, livre por natureza, que, durante os primeiros anos de sua vida não recebeu ainda a orientação completa, precisa ser alienado e guiado, no intento de ser transformado em um dócil, obediente órgão de dominação. Isto é exatamente o que os governantes tentam realizar através do ensino. As escolas com suas altas grades, as salas de aula - gaiolas - , o sino nos pátios (mesmas palavras para as prisões) tomam a responsabilidade de governá-lo.

Além disso, tem a "grande escola", o exército. Lá, a consciência nacional é reforçada, mesmo o mais desatento nacionalista falando torna-se cônscio e nós aprendemos que somos superior a outras pessoas.

Atualmente, o ensino, como todos os outros mecanismos de Estado, está se modernizando, no intento de servir melhor aos interesses dos mestres. O efeito da "reforma educacional" é a ampliação do ataque que o homem sofre desde a sua infância. Uma agressão em todos os níveis, que mata a ingenuidade, espontaneidade, criatividade e livre expressão. Ao mesmo tempo, os estudantes são incluídos no processo eleitoral, elegendo conselhos estudantis, com 15 e 5 membros. Então, a primeira discriminação entre governantes e subordinados é um fato e a "comunidade estudantil" torna-se a sociedade com alta hierarquia em miniatura. As crianças aprendem nos seus anos de escola a elegerem e serem eleitos para "administrar". Eles aprendem que poucas pessoas decidem pelo resto e que estes conselhos estudantis podem decidir por 30 ou 100 estudantes. (Como se alguém mais pudesse decidir melhor do que o indivíduo por si mesmo).

Os professores, órgãos executivos do método de ensino, cuidam de reproduzir a dominação, forçam a disciplina e a submissão. As crianças aprendem a ouvir o "sábio" professor e a respeitá-lo e então elas aprendem que ele está sempre certo. Do mesmo modo, atrás da máscara de professor "progressista" a lógica da dominação é reciclada. Os estudantes, contudo, são uma das partes mais ativas da luta social. Durante o período 1990-91 protestos foram realizados pelos estudantes por causa da lei Kontoyiannopoulo (Ministro da Educação e Religião nesta época), transformando escolas em células de ação social. Em muitas dessas escolas eles destruíram relatórios de aula e registros de freqüência, enquanto eles também decidiam queimar alguns destes. Durante o período 1998-99, por causa da lei Arseni (Ministro da Educação e Religião nesta época) os estudantes, tendo uma disposição realmente ardente para o tumultos, sabotaram o método educacional. Os problemas postos de lado a cada momento pelos estudantes, no intuito de prosseguir em um protesto, pode ser entendido como ocasiões para mostrar seu repúdio ao ensino, que os está oprimindo e tanta integrá-los na teia da servidão; o seu repúdio ao Estado. Um protesto começa a partir da necessidade de liberdade, além de problemas associados a miséria.

O Estado, para lidar com esta situação, não usa apenas a violência crua, expressa pelos policiais, promotores e tribunais. Ele reforça os mecanismos de controle e repressão, que atuam de forma indireta e moderada e de maneira inescrupulosa. Estes mecanismos são a mídia de massa, o partido comunista da Grécia (KKE), vários grupos coordenados, conselhos estudantis e outros.

O partido comunista da Grécia (KKE) é um mecanismo de Estado que cuida de aproximar as pessoas que lutam e leva-os à miséria e submissão. É aquele que usa de difamação e delações contra o povo que luta. É aquele que entregou 153 jovens entusiasmados que estavam participando da marcha da Politécnica em 1998 (todo dia 17 de novembro - é uma celebração em homenagem aos estudantes que foram mortos pela Junta durante um protesto rebelde) para os tiras. É aquele que durante as marchas estudantis do período 1998-99, funcionou como polícia não-oficial e prendeu combatentes entregando-os aos repressores oficiais.

Contudo, infelizmente para o Estado, ainda existem pessoas (com seus olhos abertos) e sempre existirão, que lutarão para destrui-lo.

Qualquer tipo de alternativa educacional é o mesmo que uma alternativa de encarceramento, outro mecanismo nas mãos do Estado, visando a submissão do povo. O conhecimento funcional não pode ser diferente da transmissão de experiência de uma pessoa para outra. O conhecimento criativo baseado na experiência será transmitido sem hierarquia nem totalitarismo, sem imposições, baseado na liberdade e na identidade singular de cada pessoa. O conhecimento pode ser um verdadeiro instrumento para uma vida livre.

Enquanto o Estado e seus mecanismos existirem, a resistência daqueles que lutam será crescer no sentido da revolta e da libertação social completa, por uma sociedade livre, pela ANARQUIA.

PARA CONTINUAR NAS RUAS...

VAMOS FAZÊ-LOS TREMER...

ESTUDANTES ANARQUISTAS

ABRIL 2000

COMUNIDADES ANARQUISTAS E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A LUTA SOCIAL

O Estado, para manter a opressão sobre a sociedade, tem criado muitos e variados mecanismos de opressão, controle e exploração. Sem estes mecanismos (escola, exército, policiais, tribunais, prisões - campos de reabilitação, hospitais psiquiátricos, sindicatos, partidos, mídia de massa ilusória e outros), o Estado e o Poder seriam apenas uma má lembrança do passado da humanidade.

Apesar de alguns terem a ilusão de que o Estado é um ridículo desorganizado, a realidade os contradiz. A existência mesma do Estado é baseada na organização e hierarquia. Então as pessoas que se revoltam no intento de combater mais efetivamente a besta do Estado precisam estar organizadas contra ele. Isso é um fato que nós vimos muitas vezes nas lutas sociais, quando o povo se organizou contra o Estado e conseguiu maiores resultados. Isto não significa, obviamente que não houveram ocasiões de conflitos sociais espontâneos que se tornaram um pesadelo para os mestres. Contudo, quando os combatentes são organizados eles cometem menos erros e têm menos casualidades. Ademais, depois de severos conflitos sociais o Estado tenta vingar-se e aterrorizar os combatentes.

Sem a organização e a solidariedade essencial dos combatentes, é muito mais fácil para o Estado persegui-los e aprisioná-los.

Pelo que foi dito nós concluímos que precisamos estar organizados contra o Estado.

Por exemplo, as iniciativas ofensivas e auto-organizadas dos combatentes de Aravissos em 1990 ou os estudantes (mas não os filhotes coordenados do partido comunista da Grécia - KKE) que deram uma resposta de modo adequado ao jugo do Estado.

Contudo, como as "formas de organização são geralmente caracterizadas pelo nível de consciência daqueles que a formam e por metas estabelecidas em função da consciência existente (Anarchiki Theorisi nº7)" os anarquistas têm uma organização diferente.

A organização anarquista aniquilou a lógica da dominação e a consciência dos que a formam tinha um ponto de vista e objetivos constituídos na total destruição do monstro do Estado e no nascimento de uma sociedade anárquica livre.

Nesse texto nós citaremos alguns dos nossos pontos de vista pela necessidade de organização anarquista e por sua contribuição às lutas sociais.

Nós também pensamos que é necessário falar sobre o ponto de vista que identifica os anarquistas com a não-organização.

Existem dois pontos de vista que concernem a não-organização dos anarquistas. Aqueles que não viveram a experiência do funcionamento de uma comunidade anarquista (nós iremos nos referir a isto depois) e falam sobre uma situação caótica na qual pode participar qualquer defensor de uma alternativa de bar enquanto eles freqüentemente voltam-se contra a sociedade como um todo.

Existem aqueles que são contra comunidades anarquistas e falam sobre o mal funcionamento destes grupos. São aqueles que imaginam novos movimentos e lideranças surgidos de políticos que querem impor seus pontos de vista reformistas. A razão para eles não quererem grupos anarquistas depende do fato que, sem dizer que o caminho pessoal de pensar de cada indivíduo não conta, a visão coletiva ou a conversação entre companheiros em grupos anarquistas dá um ponto de vista constituído.

Uma realidade criada pela existência e ação de comunidades anarquistas impede os políticos de atingirem seus objetivos desonestos.

Gostaríamos de falar sobre a ação individual e a coletiva.

"Ninguém deveria ser forçado a participar de um grupo anarquista caso não deseje ou não sinta a necessidade de participar" (Anarchiki Theorisi nº2-3)

Tão inflexível e tão ofensiva quanto a ação individual poder ser, esta contudo limitou possibilidades. Alguém talvez nos diga que eventualmente um anarquista não seja capaz de encontrar outros para cooperar em sua área. Neste caso ele pode fazer o que for possível no limite de suas potencialidades pessoais e se, no futuro, ele puder encontrar outras pessoas para cooperar sem perder seus pontos de vista pessoais, seria produtivo cooperar com eles para a libertação social.

Considerando o recente valor mencionado nós continuaremos sobre o que é um grupo anarquista, na nossa opinião, e como este funciona, mencionando nossas próprias experiências ou de outros companheiros.

O grupo anarquista constituído por diferentes individualidades funciona pelo desenvolvimento do discurso anarquista e sua ação, contribuindo para as lutas sociais.

Aqueles que fazem parte destes grupos têm uma relação igualitária, sem hierarquia, sem o discurso de um tendo mais importância que de outros e não funciona em termos majoritários ou minoritários para os problemas que possam ocorrer.

Eles tentam resolver os problemas eventuais pela troca de pontos de vista e experiências. No caso de haver um abismo intransponível entre pontos de vista de anarquistas dentro de uma comunidade então é necessário que alguns deles a deixem ou mesmo que se desfaça o grupo. Novos podem ser formados por aqueles que tem pontos de vista similares.

No caso da dissolução de um grupo anarquista ou da saída de um dos seus membros significa que este não contribuiu para a luta social. Por esta razão cada anarquista (homem ou mulher) escolhe aqueles com quem ele/ela irá cooperar.

Em uma comunidade anarquista com membros tendo pontos de vista radicalmente diferentes não pode haver atuação.

Esta é a razão pela qual nós não falamos em uma organização anarquista mas em quanto mais for possível, no reconhecimento de alguns problemas sociais e na cooperação entre os grupos.

Em um grupo anarquista há: a) confiança (algo que é muito importante para homens que lutam porque, se não houver, qualquer dos resultados podem ser imprevisíveis e catastróficos - ex.: detenções, encarceramentos); b) consistência e continuidade em todas as formas de luta - ex.: publicações, panfletos, cartazes, participação nas lutas sociais; c) discurso e ação através da composição de pontos de vista dos que participam da comunidade; d) fraternidade e compreensão dos problemas de cada um e ajuda na superação destes; e) crítica e auto-crítica no que concerne a atuação nas lutas sociais; f) contribuição anarquista para os problemas sociais e finalmente grupos anarquistas "são eles mesmos a mais triunfal confirmação de que o mundo pode viver sem Estado, leis ou líderes, quando eles todos os dias mostram sua anti-hierarquia funcionando". (Anarchiki Theorisi nº10).

Nós nos referimos ao fato de que de tempos em tempos os grupos anarquistas colaboram entre si. Há 8 anos existe a "Colaboração de grupos anarquistas e indivíduos pela solidariedade social e a ação multiforme". Nestes 8 anos de existência, várias comunidades e indivíduos tem colaborado entre si. Todo grupo e indivíduo preserva seu caráter singular e nos problemas que ele pensa que é melhor, funcionalmente falando, participar então ele colabora. De tempos em tempos, houveram outras colaborações anarquistas. Uma delas foi a Assembléia de comunidades anarquistas e indivíduos. Esta foi formada depois da prisão de Nicko Mazioti, funcionando como colaboradora nas revoltas sociais de várias maneiras - ex.: cartazes comuns, publicações, panfletos, eventos e outros. De um momento em diante indivíduos e grupos a abandonaram (por diferentes motivos) então este esforçou foi interrompido. Mas isto não significa que, em certa medida, os anarquistas não colaborarão entre si.

Alguns ficarão desorganizados e sofrerão as más conseqüências desta situação. Mas eles assumem a responsabilidade destas conseqüências a seu modo.

Este texto é um indicativo da nossa primeira tentativa para a promoção da ação anarquista.

ORGANIZAÇÃO E LUTAS PELA ANARQUIA

Esta carta foi enviada ao CELIP pelo Grupo Anarquista OTANIS

Caixa Postal 51889, 14565 Atenas, Grécia

6.10.07

Mianmar Livre!

Os Sem-Terras vão a universidade!

Nosso objetivo com esse texto é contestar a matéria "Invasão na universidade" publicada na revista Veja de 3 de outubro de 2007.
É de conhecimento público que a revista Veja tem publicado diversas matérias descaracterizando as experiências de educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST. As escolas dos assentamentos de reforma agrária são públicas, mantidas por prefeituras ou pelas secretarias estaduais de educação, nas quais o Setor de Educação do MST tem participado na construção de propostas pedagógicas, que contribuam para a compreensão dos territórios dos assentamentos, a partir das realidades da agricultura camponesa.

Na matéria em questão a Veja procura descaracterizar os cursos especiais de nível superior. Por meio de convênio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA com universidades federais e estaduais, o MST, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG, entre outros movimentos camponeses têm participado como parceiros na realização de cursos de Pedagogia, Geografia, Agronomia, História, Direito etc.

A descaracterizaçã o explicíta na matéria se apóia em dois eixos argumentativos: a) as distinções entre os cursos regulares e os cursos especiais; b) os "fatos surpreendentes" .

Quanto às distinções, destacamos alguns pontos para mostrar os sentidos ideológicos da matéria:

1) A denominada "encenação teatral" é de fato um ato cultural que os movimentos chamam de "mística". Neste ato, os alunos se utilizam de livros de história e literatura para representar fatos da história do campesinato: lutas, conquistas, massacres, costumes, danças, etc. A mística é uma arte em que por meio da música, teatro, poesia, os alunos manifestam suas leituras das realidades representadas.

2) Na matéria há a afirmação que "as disciplinas são definidas em assembléias". Como é amplamente conhecido, os programas dos cursos são definidos pelas universidades. O que os alunos podem definir em assembléias são as escolhas por disciplinas optativas oferecidas.

3) A respeito da disciplina História dos Movimentos Sociais. Esta é uma disciplina optativa presente em quase todos os cursos. Evidente que um curso especial dirigido para um público específico, necessita ter disciplinas optativas que contribuam para a melhor compreensão de suas historias.

4) Calendário: todos os cursos oferecidos aos assentados acontecem nos meses de janeiro, fevereiro e julho, obedecendo a carga horário definida nos progamas dos cursos.

5) "Privilégios na reserva de vagas". O que a matéria denomina de privilégios nós compreedemos como direito. Esses jovens entraram nas universidades por meio de programa de políticas públicas criadas pelo Governo Federal para possibilitar o acesso desses jovens ao Ensino Superior. Considerando que os jovens do campo têm menos probabilidade de entrar na universidade, foram criadas políticas públicas específicas (denominadas de ações afirmativas) para garantir o direito desses jovens ao acesso a uma condição que seria impossível sem as políticas públicas. Portanto, eles concorrem entre eles. É o caso das políticas de cotas para negros. Essas políticas proporcionaram condições para que algumas unviersidades criassem cotas para alunos egressos de escolas públicas.

6) Che Guevara e Karl Marx. Livros desses dois pensadores estão presentes nas bibliografias de disciplinas específicas, assim como há centenas de outros autores para respectivas disciplimas. Destacar somente esses dois autores demonstra o desconhecimento das bibliografias dos programas dos cursos.

Quanto aos "fatos surpreendentes" há alguns pontos que queremos comentar para uma melhor compreensão da intencionalidade da matéria.

Primeriro "fato surpreendente" é que os cursos especiais ocorrem nas melhores universidades e que oferecem diplomas reconhecidos pelo MEC. Se o "surpreendente" tivesse sentido de magnífico, admirável, não seria de se estranhar. Mas não é esse o sentido. O sentido da matéria é de espantar, assombrar, ou seja, questiona: como é que os sem-terra podem estudar nas melhores universidades?

Outro "fato" é menção a um "currículo aparentemente convencional" em que predomina o discurso anticapitalista e o ódio ao agronegócio (sic). Essas ênfases correm por conta da jornalista. Os programas dos cursos possuem bibliografias críticas que analisam as desigualdades geradas pelo modo de produção capitalista e, principalmente, pelo agronegócio que expropria milhares de famílias camponesas todos os anos em quase todos os países do mundo.

Ainda há outras ênfases da jornalista que se refere a "visões dogmáticas", "catequese marxista" e outros termos próprios da lógica da matéria, que procura descaracterizar, sem conhecer os cursos e sem apresentar evidências. Mas o que demonstra melhor o desconheicmento da jornalista é a afirmação que é o "sistema capitalista que financia os cursos especiais". Ela ignora que o financiamento é de recursos públicos a partir dos impostos e não do "sistema".

Por fim, ela fecha a matéria com um conhecido preconceito: que esses cursos representam um atraso e não contribuem para a formação de jovens numa sociedade moderna. Se a jornalista se propor a estudar de fato estes cursos e conhecer as comunidades onde esses jovens vivem, verá que estamos contribuindo para o desenvolvimento das comunidades camponesas. Isso é uma forma de atuar na sociedade moderna.

Ainda é importante informar que a jornalista telefonou para os coordenadores dos cursos especiais de Geografia da UNESP e de Pedagogia da UFMG. Ambos solicitaram que as perguntas fossem enviadas por e-mail e que as repostas fossem publicadas integralmente, sem cortes e intrepretações da jornalista. O que não foi aceito pela jornalista da Veja.

Bernardo Mançano Fernandes e Antonio Thomas Jr

12.6.07

AVISO URGENTE

A FLC-AC, no ultimo dia 07 de Junho do presente ano de 2007, resolveu passar ser chamar a partir do dia 01 de Julho Frente de Libertação Comunitária (FLC). A mudança do nome nada tem a ver com uma possivel perca da influencia do povo conselheirista, na verdade a mudança do nome, ou melhor a diminuição da nomeclatura, é fruto apenas de uma questão estetica.
A frente está apartir dea gora reoganizada para atuações praticas na comuniade em que ela estiver presente. Inclusive já tendo iniciado os trabalhos em algunas comunidades do bairro de Pau da Lima (Salvador-Ba), e que em breve resulta-la num amplo projeto de mutirões, palestras, e diversas atividades culturais.
O lema de luta e mobilização da FLC será "POR MIL CANUDOS NO BRASIL!", que como a propria fase mostra, é a construção de varias comuniades, ou melho zonas autonomas dentro do Brasil, a exemplo de Canudos, mais com muitas diferencas ideologicas, praticas e filosoficas.
A frente vem a publio tambe, informar que está disposta a se articular com outros grupos e movimentos de esquerad para juntos discurtimos e criamos um projeto de "nação" para o país, que acreditamso começar com pequenas ações organizacionais como esta.
Agradecemos tambem aos internautas de varias parte do pais (e alguns do exterior) que nos visitam diariamente e contribuem para divulgar nossas ideias e posições, pois acreditamso que uma nova sociedade se baseia primeiramente na solidariedade entre todos.
Para todos um grande salve da FLC e que lutemos juntos "POR MIL CANUDOS NO BRASIL!"
Frente de Libertação Comunitária
Salvador
12 de junho de 2007
P.S: A partir do dia 1 de julho a nossa pagina virtual mudará para flc.blogspot.com

24.2.07

O que é o Trotskismo?

Alicia Sagra – FOS-Argentina/ LIT-QI
A luta encabeçada por Trotsky, foi derrotada mas ao longo dela, se foi criando uma corrente que se foi organizando em diferentes países, e que em 1938 deu o grande passo de fundar a Quarta Internacional. A intenção era ocupar o vazio que havia deixado a Terceira, o grande partido mundial dirigido por Lenin que com a burocratização de Stálin, havia perdido seu caráter revolucionário. Assim surgiu o Trotskismo.
O que defende o Trotskismo?
O Trotskismo sintetiza a experiência da revolução russa, dos primeiros anos do governo operário e da luta contra a burocracia. Suas principais definições são as seguintes: 1) A Teoria da Revolução Permanente, que considera que a única forma de resolver as tarefas democráticas é com a revolução e o poder operário, defende a combinação das tarefas democráticas com as socialistas e a necessidade (pelo caráter mundial da economia) de que essa revolução se resolva na esfera internacional. Isto significa que para solucionar as grandes necessidades dos trabalhadores e do país (acabar com a fome e a insegurança, garantir trabalho, educação e saúde para todos, resolver os problema da terra, libertar-se do Imperialismo e recuperar a soberania nacional) os trabalhadores têm que tomar o poder, expropriar o Capitalismo e enfrentar o Imperialismo co o desenvolvimento da Revolução Internacional.
2) O método do Programa de Transição, que defende que os revolucionários, devem participar da luta cotidiana dos trabalhadores, dos estudantes e de todos os explorados e oprimidos, para ajuda-los a encontrar um sistema de palavras de ordem que encaminhem suas lutas atuais (trabalho, aumento de salário, defesa da educação, etc) até a perspectiva da luta pelo poder.
3) A crise da Humanidade é a crise de sua direção revolucionária. Quer dizer com isto que haverá cada vez mais fome, morte e destruição e isto tem a ver com a falta de uma direção mundial que oriente as lutas das massas exploradas em direção a destruição do Imperialismo e ao triunfo da revolução operária e socialista. Por este motivo não há tarefa mais importante que a construção de partidos revolucionários nacionais e do partido operário revolucionário mundial.
4) Nada do que foi dito anteriormente se pode fazer sem desenvolver uma luta de morte contra a burocracia e a defesa da democracia operária nos sindicatos e todas as organizações de lutas e dos estados operários que voltem a ser construídos quando os operários tomarem o poder.
Se todos defendem o mesmo, por que há tantos partidos e grupos que se dizem trotskistas?
Essa grande divisão se originou da marginalidade a que os trotskistas foram condenados. A Quarta Internacional nunca pode se transformar em uma grande organização de massas.
O assassinato de Trotsky (a dois anos de sua fundação) teve graves conseqüências. Ele era o último elo que unia os militantes da época com a tradição revolucionária de 1917. Toda essa experiência desapareceu com seu assassinato.
A Quarta Internacional sem o seu principal dirigente, teve que enfrentar a perseguição combinada do Nazismo e do Stalinismo e saiu da IIª Guerra Mundial com suas fileiras muito reduzidas.
A nova direção (jovem e inexperiente) cometeu grandes erros (alguns deles muito graves) que levaram a sua desintegração e a dispersão do Trotskismo.
Por outro lado o Stalinismo que, a frente da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), saiu fortalecido da guerra, aparecia ante os trabalhadores como os construtores do Socialismo e difundia mundialmente uma grande campanha de calúnias contra os trotskistas, o que aprofundava esse processo de dispersão.
Mas agora se descobriu a mentira do Stalinismo e os trotskistas dirigem sindicatos, organizações piqueteiras, organizações estudantis, mas igualmente continuam divididos...
Em alguns casos isto tem a ver com o sectarismo do passado e há que fazer todo o possível para superá-lo. Mas não nos parece ser esta a explicação central.
Para nós o central é que as décadas de domínio stalinista, combinada com a confusão provocada pela queda do Muro de Berlin (coisa que discutiremos em próximos números) e a permanente campanha do Imperialismo sobre a "toda poderosa Democracia", tem incidido sobre as principais organizações trotskistas.
O resultado é que, ao contrário do que indica o programa trotskista, pouco a pouco vão privilegiando as atividades eleitorais.
Um bom exemplo temos na política que desenvolveu a grande maioria da esquerda (incluindo a que se reivindica trotskista) no meio do processo revolucionário que se abriu em 19 e 20 de dezembro de 2001 na Argentina: centraram sua política no chamado a eleições presidenciais ou a eleições de Assembléia Constituinte.
O mesmo se viu na Bolívia em outubro de 2003: uma impressionante revolução operária e popular e a maioria da esquerda latino-americana (incluídas as principais organizações trotskistas argentinas) propondo eleições a Constituinte como saída.
Estas definições políticas fazem com que a lógica eleitoral se imponha sobre a lógica da luta. Assim se impõe a divisão e não a unidade. Por isto, para os que defendem a lógica eleitoral, o importante não é como lograr a maior mobilização unitária contra o governo e o Imperialismo, mas sim quem leva mais gente e quem encabeça a marcha. A grande preocupação não é como organizar conjuntamente a defesa ante a possíveis ataques da repressão, mas sim que os paus sejam usados para dividir ferreamente as colunas e inclusive impor-se sobre as outras organizações na luta por uma melhor localização.
O mesmo vemos no meio sindical, onde os que defendem a lógica eleitoral, impõem o aparatismo e a autoproclamaçã o, seja na luta pelos cargos ou na política liquidacionista de destruir o que não pode controlar. A autoproclamaçã o chega ao absurdo do caso do PO (Partido Operário, equivalente do PCO brasileiro) que sem vergonha não só proclamam que já é o partido revolucionário da Argentina, mas sim que já se assumem sozinhos como a Quarta Internacional.
Não é este o Trotskismo com que nós nos identificamos.
O Trotskismo tem a ver com a luta pelo poder operário e não com saídas burguesas frente às revoluções.
O Trotskismo é sinónimo de democracia operária e não de imposições burocráticas e separatistas.
O Trotskismo tem a ver com o impulso a maior unidade de ação para enfrentar ao governo e ao Imperialismo e com a maior amplitude para construir os organismos de massas e não com a criação de "currais" que dividem a luta.
O Trotskismo nada tem a ver com a autoproclamaçã o sectária dos que consideram ser já a Quarta Internacional, mas sim com a busca paciente (não só entre trotskistas) dos acordos políticos, programáticos e metodológicos que permitem avançar na construção da direção revolucionária, com a qual se possa resolver a crise da Humanidade.

18.1.07

A nova onda e o Brasil

O ano de 2007 começou na america-latina com outros ares, a reeleição de Hugo Chavez na Venezuela, juntamente com a posse de outros governates de esquerda como na Bolivia, Equador e Nicaragua, prometem traça um novo rumo a região. No Brasil e reeleiçã de Lula provoca ainda muita discusão sobre que rumo o país teve toma politicamente nos quatro anos que vem. Muitos apostam no engajamento por parte de Lula na nova onda "socialista" que a região vem tomando. Porém fica dificil afirma com certeza isso, pelo proprio discusso e pratica do presidente brasileiro, sem falar que a elite usa com frequentia nos seus discussos que as instituições do Brasil são bastantes solidas, mais por outro lado vemos essa mesma elite se preocupa com atitudes prosivelmente de esquerda do presidente. O que sabemos com certeza é que os meses que se aproximam com certeza nos gurdam muitas supresas, é espera pra ver!