12.2.08

Fórum Econômico Mundial: entenda o que a elite mundial faz todos os anos em Davos

Por Frédéric Lemaître
O Fórum de Davos foi criado por um universitário alemão, que mora e ensina na Suíça, Klaus Schwab. Impressionado pelo livro "O Desafio Americano", publicado por Jean-Jacques Servan-Schreiber em 1967, este jovem docente, que havia seguido parte dos seus estudos no Massachusetts Institute of Technology (MIT, uma universidade situada perto de Boston, considerada como a mais importante nos campos das ciências e da tecnologia), pretendia responder àquela obra, lançando um "desafio europeu". Para tanto, ele fundou uma associação, a European Business Leaders (Líderes europeus do mundo dos negócios), e organizou um primeiro simpósio em 1971, financiado entre outros por Raymond Barre (1924-2007, ex-primeiro- ministro francês), então comissário europeu para as questões econômicas.
NÚMEROS
ORÇAMENTO:
Segundo seu relatório anual, o orçamento do Fórum Econômico Mundial é de 70,8 milhões de euros (R$ 186,56 milhões). Esta quantia provém essencialmente dos direitos de adesão (17,2 milhões de euros – R$ 45,32 milhões); dos direitos de participação (18,6 milhões de euros – R$ 49 milhões) e das parcerias (31,5 milhões de euros – R$ 83 milhões).
COTIZAÇÕES:
Existem três tipos de membros, e, portanto, três níveis de cotização. Os membros simples – mas que devem figurar entre os grandes grupos mundiais – pagam 26.300 euros (cerca de R$ 70.000 ) e podem enviar um dirigente a Davos. Cerca de mil membros pertencem a esta categoria.
Além do mais, 230 parceiros industriais pagam 154.000 euros (R$ 405.784) para terem o direito de enviar dois representantes. Algumas sessões setoriais lhes são reservadas, longe dos olhares indiscretos.
Por fim, 93 parceiros estratégicos pagam 309.000 euros (cerca de R$ 814.200) para poder enviar cinco pessoas, das quais quatro dirigentes, a Davos.
Mais de 400 pessoas participaram da primeira edição do fórum, que durou duas semanas. Foi preciso esperar até 1974 para ver políticos serem convidados a Davos, uma estação de esportes de inverno suíça que foi escolhida justamente em razão do seu isolamento. Em 1976, as 1.000 principais companhias mundiais foram convidadas a se tornarem membros da associação.
Neste ano, a 38ª edição do fórum será realizada, de 23 a 27 de janeiro.
Objetivos
A meta inicial – que era de promover um modelo europeu de gestão de empresas – evoluiu. Em 1987, o fórum foi rebatizado com o nome de World Economic Forum (WEF). Um dos seus objetivos é de oferecer uma tribuna para resolver os conflitos mundiais. Atualmente, o objetivo do Fórum Econômico Mundial é de "integrar os dirigentes dos setores político, econômico e social em uma comunidade que atua na escala planetária com o objetivo de melhorar o mundo, além do bem-estar e da prosperidade da humanidade".
Organização
O Fórum é uma organização não-governamental (ONG). Baseada em Genebra, ela é dirigida por quatro pessoas e conta cerca de 280 assalariados. Recentemente, ela abriu dois novos escritórios, um em Nova York e o outro em Pequim.
A administração do Fórum de Davos é coordenada pela Publicis Live, uma sociedade dirigida conjuntamente pelo grupo de comunicação Publicis e pelo francês Richard Attias.
Encontros
A cúpula que é organizada anualmente em Davos, durante a última semana de janeiro, e da qual participam 2.400 pessoas, é a manifestação mais emblemática do WEF, mas ela deixou de ser a única. Em 2007, um outro fórum anual viu a luz do dia, desta vez na China. Este novo evento está dirigido aos "novos campeões da economia mundial".
Além do mais, o WEF também organiza fóruns regionais na Índia, no Oriente Médio, na América Latina, na Turquia e na Rússia, mas estes não se repetem necessariamente todo ano.
Montagens de redes
O WEF vem multiplicando as redes. Por iniciativa da sua organização, homens de negócios árabes se reúnem uma vez por ano. As mulheres líderes contam com a sua própria estrutura. As empresas também se reúnem em margem da cúpula de Davos – e beneficiando da mais completa discrição –, distribuídas por setor de atividade. Existem atualmente 17 setores (automóvel, energia, etc.).
Preocupado em valorizar a transparência, e também interessado em dispor de contatos, o WEF reúne duas vezes por ano uma centena de dirigentes dos meios de comunicação (editorialistas, blogueiros, etc.).
Descoberta de talentos
O WEF não quer limitar-se a reunir os "dirigentes do mundo" de hoje. Ele quer também detectar aqueles de amanhã. Para tanto, três "comunidades" foram criadas: as empresas de crescimento – 138 sociedades internacionais cuja atividade vem crescendo em mais de 15% por ano, e cujo faturamento situa-se entre US$ 100 milhões (R$ 180 milhões) e US$ 2 bilhões (R$ 3,6 bilhões) –, as pioneiras tecnológicas (38 pequenas sociedades foram selecionadas em 2008), e cerca de 250 "jovens líderes" detectados a cada ano.
Engajamento social
Interessado em se diferenciar da imagem ultraliberal que lhe é atribuída com freqüência, o Fórum criou a Fundação Schwab. Atuando em parceria com veículos da mídia, a Fundação premia num grande número de países o "empreendedor social do ano" e o faz beneficiar dos seus serviços.
Além do mais, o WEF desenvolve múltiplas iniciativas contra a fome no mundo, a pobreza, as desigualdades no acesso aos recursos informáticos e tecnológicos, ou ainda em favor da educação.
Publicações
Todo ano, o WEF publica um grande número de estudos. Aos poucos, o seu relatório anual sobre a competitividade dos países vem se impondo como uma das referências na área.
Uma atividade intensa, para resultados nem sempre satisfatórios
Cerca de quarenta anos depois da sua fundação, o World Economic Forum é, à primeira vista, um sucesso incontestável. Mais de 2.400 personalidades disputam espaços em Davos. Klaus Schwab, o seu fundador, é considerado como um visionário. Logo no final dos anos 1970, empreendedores chineses foram convidados a participar do evento. Em 2006, a escolha da Índia como "convidada de honra" revelou-se sensata. Mal aquela edição do Fórum havia sido encerrada, o gigante da siderurgia Mittal lançou a sua oferta pública de compra do europeu Arcelor, uma operação que iria simbolizar o novo equilíbrio do mundo.
Por sua vez, os militantes anti-Davos parecem ter "sossegado o facho". O Fórum Social Mundial que se reuniu no Brasil a partir de 2001 optou em 2005 por "descentralizar- se". Em 2008, as suas iniciativas estarão concentradas num único dia, sábado, 26 de janeiro.
Contudo, "o espírito de Davos" ainda não ganhou a partida. Primeiro, porque o objetivo inicial do Fórum era de estabelecer um contrapeso europeu em relação ao poderio econômico absoluto dos Estados Unidos. Atualmente, americanos e asiáticos dominam amplamente as atividades do Fórum. Acima de tudo, os dirigentes do WEF reconhecem que o mundo está se tornando cada vez mais incerto. Com isso, o seu objetivo – "tornar o mundo melhor" – está longe de ser alcançado.
Uma pesquisa de opinião, que foi realizada no final de 2007, por encomenda do Fórum de Davos, junto a 61.000 pessoas em 60 países, pelo Instituto Gallup, confirma o pessimismo ambiente. Cerca de 50% das pessoas interrogadas se disseram convencidas de que o mundo estará menos seguro num futuro próximo do que hoje. Para solucionar os problemas, as pessoas interrogadas dizem confiar em primeiro lugar nos professores (34%), nos líderes religiosos (27%), na polícia e no exército (18%), nos jornalistas (16%), nos magistrados (15%), nos patrões (11%), nos sindicalistas (10%) e, por último, nos responsáveis políticos (8%).
Tradução: Jean-Yves de Neufville

11.1.08

Enfim uma mudança!

(Santa Rita)
Depois de décadas de abandono e esquecimento pelos "poderes públicos" as comunidades de Santa rita, Baixa fria e adjascências, localizadas nos bairros de São Marcos e Pau da Lima está sujeita a uma melhoria estrutural, com o que diz respeito ao saneamento básico, criação de estradas para acesso da coleta de lixo, ambulâncias...Promessas de áreas de lazer, escola... Enfim, isso decorre diante de anos e anos de atuação e luta das associações de moradores e lideranças influentes destas localidades. Nós da FLC, desde já estamos envolvidos nessa empreitada(que até então, se encontra em papéis) juntamente as associações e líderes, fiscalizando e cobrando o andamento dessa obra, respeitando a autonomia das organizações envolvidas.

PAC LIBERA R$ 36 MILHÕES PARA OBRAS EM SALVADOR¹

A liberação dos recursos aconteceu durante a solenidade de lançamento na Bahia do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Teatro Castro Alves. O prefeito João Henrique fez um discurso de agradecimento ao presidente, dizendo que o governo federal tem sido um aliado intransigente em defesa da população.

A Prefeitura de Salvador vai receber R$ 36 milhões que serão investidos na execução de projetos desenvolvidos pela Secretaria Municipal da Habitação (Sehab) em obras de saneamento básico, habitação e vias de acesso, inicialmente nas comunidades de Baixa Fria, Baixa de Santa Rita e São Marcos, bairro de Pau da Lima. Os recursos foram anunciados hoje à tarde (dia 12) no palco principal do Teatro Castro Alves, durante assinatura do convênio entre o prefeito João Henrique e o ministro das Cidades, Mário Fortes, durante a solenidade de lançamento, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Estado da Bahia, que receberá investimentos de aproximadamente R$ 1, 37 bilhão.

Além de Salvador e Região Metropolitana, foram assinadas as liberações de recursos para investimento em habitação e saneamento básico em outros cinco municípios com mais de 150 mil habitantes, e sete de menor porte. As prioridades na Bahia são a ampliação do sistema de esgotamento sanitários da RMS, despoluição da Baía de Todos os Santos, erradicação de palafitas, construção de moradias em áreas de risco e revitalização do Rio São Francisco. A secretária da Habitação, Ângela Gordilho, disse que as obras que a Prefeitura realizará em São Marcos, nas baixas Fria e de Santa Rita serão no formato urbanização integrada, com toda a participação dos moradores, e serão executadas em parceria com a Superintendência de Urbanização da Capital (Surcap), órgão vinculado à Secretaria de Transportes e Infra-Estrutura (Setin). "A urbanização integrada envolve diretamente duas mil famílias, e indiretamente outras seis mil", lembrou

Serão feitos nessas comunidades serviços de drenagem de canais, habitações, equipamentos comunitários, áreas de lazer, escadarias. "O aporte dos R$ 36 milhões do PAC vem se somar a R$ 10 milhões que já foram repassados para esse projeto, somando um total de R$ 46 milhões de investimentos no plano piloto de um programa da Sehab chamado Plano de Bairros", disse Ângela Gordilho. 1-http://www.sehab.salvador.ba.gov.br/Noticias/20070712.htm

13.11.07

Os Anarquistas Gregos na Luta Social

SOBRE AS PRISÕES

A existência de prisões está interligada com a existência do Estado. É uma outra demonstração dos crimes cometidos contra a sociedade. Elas formam uma máquina de Estado que completa o círculo dos mestres: ensino-família-exército-justiça.

O Estado divide, com esta "justiça", o povo entre obedientes à lei e foras da lei. Aqueles que respeitam a lei são homens que submetem os outros ao Poder e não lutam para quebrar suas algemas. Ninguém é um criminoso por natureza. O Estado e o poder são os que geram e reproduzem o crime (ex. tirando vidas sem motivo).

"Foras da lei" são homens que quebram as algemas, rebelados, vivendo fora das fronteiras da submissão às leis do Estado, para ganhar liberdade.

As prisões são outro exemplo que mostra a real face da besta do Estado. Sua finalidade é castrar os desejos do povo e das consciências. Com o uso de métodos repressivos elas tentarão forçar o "culpado" a adquirir "outro modo de pensar" e fazê-lo renunciar a si mesmo. Elas pretendem prolongar a existência do Estado e aprisiona os "elementos perigosos" (perigosos para quem?).

O Estado e todos os mestres tremem ao saber da possibilidade de propagação da desobediência, que eles tentam impedir de todas as formas. A lei é o interesse dos mestres, é outro meio de aprisionamento, no qual o oprimido é obrigado a viver. Ela existe sob a condição de que o oprimido não reaja e não tente rebelar-se. O respeito a lei significa o respeito ao poder. Triste daqueles que aceitaram como uma condição a prisão. "Contudo, enquanto a injustiça, o sistema corrupto e podre e a violência que o sustenta prevalecer, a "criminalidade" será reciclada" (da carta de Yianni Papadopoulo, prisioneiro condenado a prisão perpétua nas prisões Korfu, Janeiro de 1986).

"Quanto aqueles que respeitam as leis, a "mesma velha história" do homem amarrado, que tendo logrado sobreviver apesar de suas algemas acredita que vive graças a suas algemas, é válida sempre" (Errico Malatesta).

Os mestres tentam fazer da sociedade uma prisão. "Nossas celas são visíveis, suas celas são invisíveis" (os prisioneiros criticaram).

Então, a desobediência é a rebelião contra a fatalística morte social. Os verdadeiros criminosos são os patrões, o Estado e os mestres. Então nós precisamos voltar nossas atenções para eles... Além do mais, a existência do Estado em si mesma é sustentada pela exploração, opressão e até mesmo pelo assassinato de todos que resistem aos seus planos. Então a resistência do oprimido contra as leis é basicamente um ato contra o Estado. "Um "ladrão" é um herói, que luta por justiça, um vingador do povo, o lutador contra o Estado e contra toda a estrutura social fundada pelo Estado, o combatente por vida e morte à civilização dos oficiais, das cortesãs, dos burocratas e dos padres" (Michael Bacounin).

"Então o Estado e as prisões não são suscetíveis de melhora, apenas de destruição. A sociedade que tem como um ideal ser dilacerada, roubada, ridicularizada, pode velar naturalmente por seus carrascos, - o Estado e a igreja -, usar a mais bestial violência contra aqueles que negam a SUBMISSÃO e apenas aceitam trinchar e delinear a rota pela dignidade humana e liberdade social, sem estes parasitas, os inimigos da sociedade, que são o Estado com todos os seus órgãos criminosos." (da carta de Yianni Petropoulo, Corfu Dahaou, 18 de fevereiro e 1986).

VOCÊS DAS GRADES DAS PRISÕES E NÓS DAS RUAS,
VAMOS DESTRUIR O ESTADO E AS LEIS!!!
OS MESTRES SÃO CRIMINOSOS E LADRÕES!!!

O ensino é um mecanismo e uma instituição do Estado que visa a reprodução da dominação, sua preservação e sua perpetuação. Os mestres, através do ensino, tentam convencer as pessoas de que o Estado e a sociedade são duas noções inseparáveis, daí a aceitação do "poder total" do Estado por parte dos oprimidos ser necessária.

homem, livre por natureza, que, durante os primeiros anos de sua vida não recebeu ainda a orientação completa, precisa ser alienado e guiado, no intento de ser transformado em um dócil, obediente órgão de dominação. Isto é exatamente o que os governantes tentam realizar através do ensino. As escolas com suas altas grades, as salas de aula - gaiolas - , o sino nos pátios (mesmas palavras para as prisões) tomam a responsabilidade de governá-lo.

Além disso, tem a "grande escola", o exército. Lá, a consciência nacional é reforçada, mesmo o mais desatento nacionalista falando torna-se cônscio e nós aprendemos que somos superior a outras pessoas.

Atualmente, o ensino, como todos os outros mecanismos de Estado, está se modernizando, no intento de servir melhor aos interesses dos mestres. O efeito da "reforma educacional" é a ampliação do ataque que o homem sofre desde a sua infância. Uma agressão em todos os níveis, que mata a ingenuidade, espontaneidade, criatividade e livre expressão. Ao mesmo tempo, os estudantes são incluídos no processo eleitoral, elegendo conselhos estudantis, com 15 e 5 membros. Então, a primeira discriminação entre governantes e subordinados é um fato e a "comunidade estudantil" torna-se a sociedade com alta hierarquia em miniatura. As crianças aprendem nos seus anos de escola a elegerem e serem eleitos para "administrar". Eles aprendem que poucas pessoas decidem pelo resto e que estes conselhos estudantis podem decidir por 30 ou 100 estudantes. (Como se alguém mais pudesse decidir melhor do que o indivíduo por si mesmo).

Os professores, órgãos executivos do método de ensino, cuidam de reproduzir a dominação, forçam a disciplina e a submissão. As crianças aprendem a ouvir o "sábio" professor e a respeitá-lo e então elas aprendem que ele está sempre certo. Do mesmo modo, atrás da máscara de professor "progressista" a lógica da dominação é reciclada. Os estudantes, contudo, são uma das partes mais ativas da luta social. Durante o período 1990-91 protestos foram realizados pelos estudantes por causa da lei Kontoyiannopoulo (Ministro da Educação e Religião nesta época), transformando escolas em células de ação social. Em muitas dessas escolas eles destruíram relatórios de aula e registros de freqüência, enquanto eles também decidiam queimar alguns destes. Durante o período 1998-99, por causa da lei Arseni (Ministro da Educação e Religião nesta época) os estudantes, tendo uma disposição realmente ardente para o tumultos, sabotaram o método educacional. Os problemas postos de lado a cada momento pelos estudantes, no intuito de prosseguir em um protesto, pode ser entendido como ocasiões para mostrar seu repúdio ao ensino, que os está oprimindo e tanta integrá-los na teia da servidão; o seu repúdio ao Estado. Um protesto começa a partir da necessidade de liberdade, além de problemas associados a miséria.

O Estado, para lidar com esta situação, não usa apenas a violência crua, expressa pelos policiais, promotores e tribunais. Ele reforça os mecanismos de controle e repressão, que atuam de forma indireta e moderada e de maneira inescrupulosa. Estes mecanismos são a mídia de massa, o partido comunista da Grécia (KKE), vários grupos coordenados, conselhos estudantis e outros.

O partido comunista da Grécia (KKE) é um mecanismo de Estado que cuida de aproximar as pessoas que lutam e leva-os à miséria e submissão. É aquele que usa de difamação e delações contra o povo que luta. É aquele que entregou 153 jovens entusiasmados que estavam participando da marcha da Politécnica em 1998 (todo dia 17 de novembro - é uma celebração em homenagem aos estudantes que foram mortos pela Junta durante um protesto rebelde) para os tiras. É aquele que durante as marchas estudantis do período 1998-99, funcionou como polícia não-oficial e prendeu combatentes entregando-os aos repressores oficiais.

Contudo, infelizmente para o Estado, ainda existem pessoas (com seus olhos abertos) e sempre existirão, que lutarão para destrui-lo.

Qualquer tipo de alternativa educacional é o mesmo que uma alternativa de encarceramento, outro mecanismo nas mãos do Estado, visando a submissão do povo. O conhecimento funcional não pode ser diferente da transmissão de experiência de uma pessoa para outra. O conhecimento criativo baseado na experiência será transmitido sem hierarquia nem totalitarismo, sem imposições, baseado na liberdade e na identidade singular de cada pessoa. O conhecimento pode ser um verdadeiro instrumento para uma vida livre.

Enquanto o Estado e seus mecanismos existirem, a resistência daqueles que lutam será crescer no sentido da revolta e da libertação social completa, por uma sociedade livre, pela ANARQUIA.

PARA CONTINUAR NAS RUAS...

VAMOS FAZÊ-LOS TREMER...

ESTUDANTES ANARQUISTAS

ABRIL 2000

COMUNIDADES ANARQUISTAS E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A LUTA SOCIAL

O Estado, para manter a opressão sobre a sociedade, tem criado muitos e variados mecanismos de opressão, controle e exploração. Sem estes mecanismos (escola, exército, policiais, tribunais, prisões - campos de reabilitação, hospitais psiquiátricos, sindicatos, partidos, mídia de massa ilusória e outros), o Estado e o Poder seriam apenas uma má lembrança do passado da humanidade.

Apesar de alguns terem a ilusão de que o Estado é um ridículo desorganizado, a realidade os contradiz. A existência mesma do Estado é baseada na organização e hierarquia. Então as pessoas que se revoltam no intento de combater mais efetivamente a besta do Estado precisam estar organizadas contra ele. Isso é um fato que nós vimos muitas vezes nas lutas sociais, quando o povo se organizou contra o Estado e conseguiu maiores resultados. Isto não significa, obviamente que não houveram ocasiões de conflitos sociais espontâneos que se tornaram um pesadelo para os mestres. Contudo, quando os combatentes são organizados eles cometem menos erros e têm menos casualidades. Ademais, depois de severos conflitos sociais o Estado tenta vingar-se e aterrorizar os combatentes.

Sem a organização e a solidariedade essencial dos combatentes, é muito mais fácil para o Estado persegui-los e aprisioná-los.

Pelo que foi dito nós concluímos que precisamos estar organizados contra o Estado.

Por exemplo, as iniciativas ofensivas e auto-organizadas dos combatentes de Aravissos em 1990 ou os estudantes (mas não os filhotes coordenados do partido comunista da Grécia - KKE) que deram uma resposta de modo adequado ao jugo do Estado.

Contudo, como as "formas de organização são geralmente caracterizadas pelo nível de consciência daqueles que a formam e por metas estabelecidas em função da consciência existente (Anarchiki Theorisi nº7)" os anarquistas têm uma organização diferente.

A organização anarquista aniquilou a lógica da dominação e a consciência dos que a formam tinha um ponto de vista e objetivos constituídos na total destruição do monstro do Estado e no nascimento de uma sociedade anárquica livre.

Nesse texto nós citaremos alguns dos nossos pontos de vista pela necessidade de organização anarquista e por sua contribuição às lutas sociais.

Nós também pensamos que é necessário falar sobre o ponto de vista que identifica os anarquistas com a não-organização.

Existem dois pontos de vista que concernem a não-organização dos anarquistas. Aqueles que não viveram a experiência do funcionamento de uma comunidade anarquista (nós iremos nos referir a isto depois) e falam sobre uma situação caótica na qual pode participar qualquer defensor de uma alternativa de bar enquanto eles freqüentemente voltam-se contra a sociedade como um todo.

Existem aqueles que são contra comunidades anarquistas e falam sobre o mal funcionamento destes grupos. São aqueles que imaginam novos movimentos e lideranças surgidos de políticos que querem impor seus pontos de vista reformistas. A razão para eles não quererem grupos anarquistas depende do fato que, sem dizer que o caminho pessoal de pensar de cada indivíduo não conta, a visão coletiva ou a conversação entre companheiros em grupos anarquistas dá um ponto de vista constituído.

Uma realidade criada pela existência e ação de comunidades anarquistas impede os políticos de atingirem seus objetivos desonestos.

Gostaríamos de falar sobre a ação individual e a coletiva.

"Ninguém deveria ser forçado a participar de um grupo anarquista caso não deseje ou não sinta a necessidade de participar" (Anarchiki Theorisi nº2-3)

Tão inflexível e tão ofensiva quanto a ação individual poder ser, esta contudo limitou possibilidades. Alguém talvez nos diga que eventualmente um anarquista não seja capaz de encontrar outros para cooperar em sua área. Neste caso ele pode fazer o que for possível no limite de suas potencialidades pessoais e se, no futuro, ele puder encontrar outras pessoas para cooperar sem perder seus pontos de vista pessoais, seria produtivo cooperar com eles para a libertação social.

Considerando o recente valor mencionado nós continuaremos sobre o que é um grupo anarquista, na nossa opinião, e como este funciona, mencionando nossas próprias experiências ou de outros companheiros.

O grupo anarquista constituído por diferentes individualidades funciona pelo desenvolvimento do discurso anarquista e sua ação, contribuindo para as lutas sociais.

Aqueles que fazem parte destes grupos têm uma relação igualitária, sem hierarquia, sem o discurso de um tendo mais importância que de outros e não funciona em termos majoritários ou minoritários para os problemas que possam ocorrer.

Eles tentam resolver os problemas eventuais pela troca de pontos de vista e experiências. No caso de haver um abismo intransponível entre pontos de vista de anarquistas dentro de uma comunidade então é necessário que alguns deles a deixem ou mesmo que se desfaça o grupo. Novos podem ser formados por aqueles que tem pontos de vista similares.

No caso da dissolução de um grupo anarquista ou da saída de um dos seus membros significa que este não contribuiu para a luta social. Por esta razão cada anarquista (homem ou mulher) escolhe aqueles com quem ele/ela irá cooperar.

Em uma comunidade anarquista com membros tendo pontos de vista radicalmente diferentes não pode haver atuação.

Esta é a razão pela qual nós não falamos em uma organização anarquista mas em quanto mais for possível, no reconhecimento de alguns problemas sociais e na cooperação entre os grupos.

Em um grupo anarquista há: a) confiança (algo que é muito importante para homens que lutam porque, se não houver, qualquer dos resultados podem ser imprevisíveis e catastróficos - ex.: detenções, encarceramentos); b) consistência e continuidade em todas as formas de luta - ex.: publicações, panfletos, cartazes, participação nas lutas sociais; c) discurso e ação através da composição de pontos de vista dos que participam da comunidade; d) fraternidade e compreensão dos problemas de cada um e ajuda na superação destes; e) crítica e auto-crítica no que concerne a atuação nas lutas sociais; f) contribuição anarquista para os problemas sociais e finalmente grupos anarquistas "são eles mesmos a mais triunfal confirmação de que o mundo pode viver sem Estado, leis ou líderes, quando eles todos os dias mostram sua anti-hierarquia funcionando". (Anarchiki Theorisi nº10).

Nós nos referimos ao fato de que de tempos em tempos os grupos anarquistas colaboram entre si. Há 8 anos existe a "Colaboração de grupos anarquistas e indivíduos pela solidariedade social e a ação multiforme". Nestes 8 anos de existência, várias comunidades e indivíduos tem colaborado entre si. Todo grupo e indivíduo preserva seu caráter singular e nos problemas que ele pensa que é melhor, funcionalmente falando, participar então ele colabora. De tempos em tempos, houveram outras colaborações anarquistas. Uma delas foi a Assembléia de comunidades anarquistas e indivíduos. Esta foi formada depois da prisão de Nicko Mazioti, funcionando como colaboradora nas revoltas sociais de várias maneiras - ex.: cartazes comuns, publicações, panfletos, eventos e outros. De um momento em diante indivíduos e grupos a abandonaram (por diferentes motivos) então este esforçou foi interrompido. Mas isto não significa que, em certa medida, os anarquistas não colaborarão entre si.

Alguns ficarão desorganizados e sofrerão as más conseqüências desta situação. Mas eles assumem a responsabilidade destas conseqüências a seu modo.

Este texto é um indicativo da nossa primeira tentativa para a promoção da ação anarquista.

ORGANIZAÇÃO E LUTAS PELA ANARQUIA

Esta carta foi enviada ao CELIP pelo Grupo Anarquista OTANIS

Caixa Postal 51889, 14565 Atenas, Grécia